domingo, 23 de maio de 2010

"Não é importante a participação dos alunos"


     Talvez o título deste artigo pareça um pouco agressivo àqueles que têm ligação com o DCE/UFSJ (Diretório Central dos Estudantes) atual, mas é essa a frase implícita quando vemos qualquer um defender eleições indiretas à base executiva do Diretório.
     Ao criticar esse sistema não planejamos insultar ninguém, mas foi provado que o jeito como está não funciona.
     A falta de mobilização e de participação vem caindo bruscamente de um tempo para cá, e chegou no seu auge neste ano de 2010 quando o próprio executivo do DCE se deu conta que não está vingando mais.
     Sem dúvida nenhuma o sistema inovador e corajoso que o DCE adotou acaba com as suspeitosíssimas parcerias de partidos políticos, mas ele vem minguando e minguando, e se nada for feito se extinguirá; E está minguando pela falta de mobilização; ora não acredito de forma alguma que a alienação global tenha força o suficiente para detonar com uma instituição regional e de classe. Não é isso que acontece, nunca haverá empolgação num sistema em que pessoas são eleitas separadamente, pela CEB (Conselho de Entidades de Base), quando a CEB acha importante e com o mínimo de presentes (o que eu não sei ao certo, mas me parece ser 8 ou 10 CA's [Centros Acadêmicos] em mais de 40 cursos). É desmobilizado porque perdeu a emoção da eleição, as mobilizações por campanhas, o evento do voto, a contradição de idéias no debate e, mais importante, a emoção de se sentir ator social da decisão de algo. Pode-se dizer que a mobilização criada pelo evento da eleição seja passageira, e realmente o é, mas a eleição pode instigar naqueles pré-dispostos o fogo da ação política, e da imensidão de militantes na eleição surgiriam uma minoria de militantes fixos.
     Além do mais, uma instituição que prega a luta pela execução da democracia - ou não é isso que queremos dizer quando dizemos que a base deve ser escutada? - não pode ser uma base que não ouve sua própria base; isso só pode ser incoerência.
     Em proposta que será enviada na próxima CEB, terça-feira às 22:30h, no Campus Dom Bosco, o CACOS, Centro Acadêmico de Comunicação Social, proporá que a composição das chapas seja da seguinte forma: a porcentagem de votos define quantos entrarão de cada chapa no DCE, por exemplo a chapa 1 que tivesse recebido 60% dos votos teria 6 pessoas dentro de uma chapa de 10, por exemplo, e a chapa 2 que tivesse 40%  terias suas 4 pessoas dentro da chapa.
     A volta de eleições por chapa reacende o problema da ligação com os partidos, mas mesmo que o problema não possa ser aniquilado, pode ser amenizado através de uma proposta de composição justa.
     É por isso que fazemos um apelo: compareçam a essa CEB, vamos fazer de tudo para democratizar essa relação!
     Os estudantes não podem continuar sem representabilidade!



Escrito por Vinicius Tobias

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